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'Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma'-Lavoisier***********************************************'Posso não concordar com o que dizes mas lutarei para que o possas sempre dizer' - Voltaire
Já lá vai o tempo em que os nossos sentidos se deliciavam a ouvir as emissões de rádio, ou até a ver os responsáveis pelos programas radiofónicos, passarem na rua com um gira-discos debaixo do braço e um saco plástico com alguns discos de vinil.
Era a época das apelidadas “Rádios Pirata”. Nesse tempo preponderavam todos os acontecimentos regionais nas mais diversas vertentes e numa intimidade extrema, pelas quais os ouvintes nutriam um orgulho fraterno, era como se a rádio fosse um membro da família.
Os então responsáveis pelas emissões, muitas vezes trabalhando em precárias condições, esforçavam-se por darem o seu melhor, recebendo apenas em troca carinhosas palavras de admiração e incentivo.
Actualmente, o conceito de “Rádio Local” está de rastos, na maioria dos casos nem uma réstia do gene da sua criação sobreviveu.
Samora Correia é um exemplo crasso dessa enfermidade, que não soube resistir ao lado maléfico do desenvolvimento, subvertendo a posição do Homem em relação à tecnologia.
Sem demérito para todos os programas de elevada qualidade, que abundavam nos tempos áureos das “Rádios Locais”, é com especial saudade que recordo o programa “Despertar à Portuguesa” aos domingos de manhã na “Rádio Íris” em Samora Correia.
Paulo Conde - Correio da Manhã - 2001