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'Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma'-Lavoisier***********************************************'Posso não concordar com o que dizes mas lutarei para que o possas sempre dizer' - Voltaire
O país que tem 2 milhões de cidadãos a viverem abaixo do limiar da pobreza, está prestes a eleger por mais quatro anos os seus órgãos autárquicos.
De freguesia em freguesia, ultimam-se preparativos e esgotam-se argumentos, para atrair os eleitores às urnas no dia 16 de Dezembro.
Apesar dos ventos, ultimamente, não soprarem de feição à classe política, a táctica utilizada parece ser eterna, um rol de boas intenções que são intensamente publicitadas, enchendo as paisagens de papel, sonorizando as ondas hertzianas ou lotando em tempos de antena, a caixa que mudou o mundo.
A todo este esbanjar de dinheiro, os cidadãos ultimamente têm respondido com a abstenção, que a meu ver, não será a melhor forma de demonstrar o descontentamento para com a classe política, já que os políticos neste caso, se refugiam numa série de argumentos para justificarem a não afluência às urnas. É por isso, que todos os cidadãos eleitores que pretendem utilizar a abstenção, como forma de insatisfação, a devem substituir pelo voto em branco, já que desta forma, cumprem o dever cívico e retiram à classe política qualquer tipo de argumentação. Que diriam eles a 40% de votos em branco em vez de 40% de abstenção?
Decerto que alterações profundas teriam que ser ponderadas e algo mais teria que ser feito, do que simples propaganda.
Será bom reflectir tudo isto, já que o dia 16 se aproxima e de norte a sul do país importantes decisões irão ser tomadas, quer se vote muito ou pouco.
No entanto o mais importante é votar conscientemente, apelando ao bom senso, mesmo que a vontade de mudança nalguns concelhos do país seja forte, pois a inexistência de alternativas sérias e credíveis, aconselha a que se aguente um pouco mais a miséria ao invés de cair em desgraça.
Paulo Conde - Correio da Manhã; A Capital; Jornal Público; Jornal Vale do Tejo - 2001