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'Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma'-Lavoisier***********************************************'Posso não concordar com o que dizes mas lutarei para que o possas sempre dizer' - Voltaire
Sabe-se apenas que 2004 é o novo ano que ora entra, toda a restante identidade só a desvendaremos consoante o declinar de cada dia. No entanto, existem sempre os prognósticos optimistas e pessimistas, se por um lado uns acreditam num ano sorridente, com melhoria das condições de vida em todas as suas vertentes, outros há que o auguram mais carrancudo, sem capacidade para ser melhor que o velho 2003.
Ora, após esta singela e sucinta abordagem ao tema em questão, apetece-me divagar um pouco sobre o actual estado da humanidade:
- Não creio que 2004 venha a ser um ano optimista ou pessimista, mas sim, mais do mesmo, aquilo a que eu chamo um ano remendado. Há décadas que o caminho da humanidade está errado, sem que ninguém tenha a coragem suficiente para o inverter. O mundo actual não foi feito para nós, já que nasceu de erros da nossa razão e da nossa ignorância. Enquanto criarmos tecnologia para nos substituir ao invés de nos servir, estaremos a cavar cada vez mais, o fosso que nos separa da natureza e como não aplicamos a nossa ciência em prol do nosso próprio conhecimento, não nos conhecemos, não sabemos quem e o que somos e deixaremos de ter capacidade para usufruir a nossa própria criação.
A civilização chegou ao início do seu declínio, mas pode desde já, ciente dos seus erros, iniciar uma profunda transformação de valores morais, sociais e científicos e não com simples remendos e soluções de circunstância.
É estritamente necessário combater a infecção e não apenas atenuar a dor!
Precisamente por estar a sobrevivência da humanidade em causa, desejo que 2004 seja o antibiótico sanador das chagas da nossa civilização!
Paulo Conde - A Capital - 2004