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'Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma'-Lavoisier***********************************************'Posso não concordar com o que dizes mas lutarei para que o possas sempre dizer' - Voltaire
Por estes dias o Fado anda na boca de todos, até daqueles que sempre o desprezaram e o trataram como filho bastardo da cultura portuguesa. A distinção internacional vem reconhecer o mérito de todos os intervenientes na história do Fado, mas parece que, mais uma vez, a frase do mestre Alfredo Marceneiro é ignóbilmente esquecida. Dizia ele que: 'O mais importante no Fado é a letra'. Ora, alguém tem ouvido falar em letristas ou poetas? Não. Nomes como Gabriel de Oliveira, Armando Neves, Artur Ribeiro, Frederico de Brito, Silva Tavares, Henrique Rego, João Linhares Barbosa ou Carlos Conde, estes dois ultimos os que mais escreveram para o Fado, são dolosamente ignorados. Os poetas que referi e uma longa lista de outros nomes, fazem parte de uma geração de ouro que não pode nem deve ser ignorada, censurada ou escondida das novas gerações. Muitos dos que se empoleiraram no Fado para outros fins, enganando os incautos e criando circuitos muito estreitos e reservados de lobbies, depressa se esqueceram das suas raízes e dos tempos em que conviviam com estes artistas da escrita em esplanadas e cafés, cantando os seus versos e crescendo no Fado. Mas tenho esperança que um dia a história faça justiça e saiba destrinçar os artistas dos metediços. O Fado é uma cantiga de rua que não deve nada a ninguém. Muitos é que devem ao Fado tudo o que são e até o que julgam ser. Como sábiamente um poeta escreveu e a UNESCO reconheceu.
Paulo Conde - Diário de Noticias; Jornal i - 2011
Há uns meses atrás, um dos mentores da revolução dos cravos, veio a terreiro, confessar-se desiludido e arrependido pela autoria desse golpe militar. Quis clarificar de vez a origem da nossa ruína financeira e o porquê de em quatro décadas gritarmos três vezes por socorro ao estrangeiro. Num país que só de rédea curta criou riqueza, este «mea culpa» já veio tarde e não foi nem é, merecedor de qualquer atenuante. Mas o mais inaudito, é que o aparentemente arrependido se mostra agora pronto a reincidir, incentivando as hostes e disponibilizando-se a praticar o mesmo acto tresloucado. Vão lá os portugueses saber o que por vezes se passa em certas mentes perversas!
Paulo Conde - 2011
(Artigo censurado pelo Diário de Noticias e Jornal i )
Os políticos fazem leis para armadilhar o combate à corrupção com decretos e jantares de simpatia. Se assim não fosse, o chorrilho de casos que, ao longo de anos se têm arrastado e envergonhado a moribunda justiça deste país ao seu mais alto nível, não teriam como destino comum o caixote do lixo. Neste particular domínio as coisas chegaram a tal ponto que, é legitimo a qualquer cidadão desta pátria lusitana, cada vez mais mal frequentada, duvidar seriamente da independência dos seus mais altos responsáveis. Até mesmo os poucos que de uma forma séria e responsável tentam combater o flagelo da corrupção, vêem a sua a missão revelar-se sempre infrutífera, porque esbarra nos inúmeros lobbies que pululam neste meio. Para David, combater a corrupção será sempre uma tarefa colossal, enquanto houver muitos Golias que se sentem bem nela!
Paulo Conde - Diário de Notícias - 2011