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Aprender com Timor

por pauloconde, em 16.12.99

 

Já muito foi dito sobre Timor e muito mais ainda se dirá, esperemos que a partir de agora se fale em paz e liberdade, porque de chacinas e massacres já chega.

Contudo e infelizmente há que aprender com Timor e unirmo-nos como o fizemos, mas em prol de outras causas que nos afectam e que estão aqui debaixo dos nossos olhos.

Há que combater os “Suartos” e “Wirantos” que temos, embora agindo de uma forma mais civilizada têm por fim os mesmos objectivos.

Aprender com Timor é honrar os nossos irmãos, é resistir como eles em defesa de legítimos direitos e já mostrámos ao mundo que quando queremos, sabemos unir forças contra quem ignora os mais elementares direitos.

Viva Timor independente! 

 

  

Paulo Conde - Correio da Manhã - 1999

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publicado às 16:06


O poeta popular

por pauloconde, em 15.08.99

 

Falar de poesia não é fácil, muito menos quando se trata de poesia popular. O terra a terra e a sua originalidade dão-lhe uma alma indiscritível.

Como em todas as artes, existem intérpretes que se destacam, quer pela sua forma de estar e de viver quer pela sua obra.
Muitos há no entanto, que vão caindo no esquecimento, não pela sua menor qualidade mas porque a poesia popular muitas vezes precisa de uma mão amiga que a leve aos grandes palcos.
Um dos maiores poetas populares deste século, foi sem dúvida Carlos Conde, nascido na Murtosa ( Aveiro ) em 1901, foi viver para Lisboa muito cedo e desde logo os seus versos foram adaptados ao Fado e interpretados por grandes valores da Canção Nacional ( Carlos do Carmo, Amália Rodrigues, Fernando Mauricio, Maria da Fé, Alfredo Marceneiro, etc... ).
Não esqueçamos que é Carlos Conde que em 1939 no então famoso Restaurante “Luso” em Lisboa, apresentou pela primeira vez aquela que viria a ser uma das mais consagradas fadistas deste século. Para além dos inúmeros diplomas que conquistou em Jogos Florais de norte a sul do país, onde as suas quadras eram rainhas. Sendo também colaborador assíduo dos jornais “Guitarra de Portugal” e “Ecos de Portugal”.
Apesar dos vícios e virtudes da capital nunca esqueceu a sua terra natal, que em dada altura ao descrevê-la revela toda a sua alma poética:
“... Emanado de uma pitoresca terriola da Beira Litoral onde os meus sentidos ficaram para sempre e onde de tempos a tempos os meus olhos vão beber o sol daquela aldeia, onde a minha alma vai comungar no verde-esmeraldino das campinas verdejantes. Com que meditação eu contemplo a casinha de telha vã, aquele monumento de humildade que foi dos meus avós e que eu quero que seja dos meus netos...”
São poetas populares como Carlos Conde, que nos embelezam a alma e enriquecem a nossa tradição e cultura portuguesas, merecendo por isso todo o nosso carinho e admiração.

  

 

Paulo Conde - Correio da Manhã; Vale do Tejo; - 1999

 

 

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publicado às 13:31


República das bananas

por pauloconde, em 30.07.99

 

 

Há já algum tempo, uma ilustre figura terá afirmado que a nossa Republica não é das bananas. Perante uma afirmação destas, que me suscitou dúvidas e me despertou a curiosidade, pus mãos à obra e comecei a constatar factos, acções e acontecimentos que têm marcado o nosso quotidiano regional e nacional, para assim poder ou não concordar com tal afirmação.

Lembrei-me de começar pelas incineradoras e pelo dilema do lixo, que ora vai para o Norte, ora vai para o Sul sem se saber muito bem se os gases emitidos pelas incineradoras são tóxicos ou não.

Outro facto interessante é o da criação de novos concelhos, em que algumas freguesias são filhas e outras enteadas, comportamento estranho, já que a lei deveria ser igual para todas. Não menos caricatas são as decisões menos conseguidas de alguns titulares de pastas governamentais, que perante tal situação se demitem e as explicações para com a opinião pública esfumam-se com o tempo.

O caso “Camarate” já foi arquivado e reaberto tanta vez, que quando chegarem a alguma conclusão já ninguém se lembra do que é que aconteceu.

Mais recente é o caso “Champalimaud” , em que o governo aparece muito preocupado com a defesa do nosso património, o que não me lembro de ter acontecido numas recentes negociações Luso- Brasileiras.

Perante a União Europeia somos iguais nos deveres e diferentes nos direitos, para além de jogarmos fora a nossa produção nacional e consumirmos a estrangeira.

Enfim, muito mais casos há, mas estes são suficientes para concluir que não estou em boas mãos, quanto à República das Bananas talvez andemos lá perto, só nos falta o clima.

 

 

Paulo Conde - Correio da Manhã - 1999

 

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publicado às 18:05


Ás escuras...

por pauloconde, em 08.07.99

À  beira do Novo Milénio, ainda existem mentalidades retrógradas, que se sobrepõem á qualidade de vida dos cidadãos, posturas essas que são autênticos bloqueios à evolução, senão vejamos. 

Samora Correia está constantemente a ser visitada pela escuridão, graças às persistentes falhas de energia eléctrica.  Mas, o mais grave acontece, quando contactamos a empresa responsável ( L.T.E. ) para os devidos esclarecimentos e nos é sempre dito que a causa da escuridão, se encontra na Central Eléctrica do Carrascal, ( Samora Correia ) devido a avaria ( são tantas, que eu proponho que a dita feche para obras ) . Para os Samorenses isto não constitui qualquer novidade, já que são vitimas há muito tempo dum persistente Monopólio, que pode ter tudo, menos respeito pelos cidadãos, continuando estes a pagar aluguer dos contadores eléctricos, mesmo quando estão às escuras e que se contabilizarmos chegamos à conclusão de que por cada cliente uma hora de aluguer custa cerca de 10$00, o que é uma quantia irrisória, o mesmo já não se passa se multiplicarmos este valor pelos milhares de clientes desta freguesia e se adicionarmos os avultados prejuízos das empresas.

Enfim, somos vitimas de um mau serviço e quiçá subjugados a interesses que falam mais alto.

 

Paulo Conde - Correio da Manhã, 1999

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publicado às 12:41


Os abstencionistas

por pauloconde, em 21.06.99

  

É sem dúvida grave o grau de abstenção que se verificou mais uma vez nas eleições europeias.

O incumprimento cívico de 60% dos eleitores perante mais um acto eleitoral, apenas revela um total desinteresse pelo futuro da nossa Nação.

Quer se concorde ou não com a União Europeia, é o facto que as mais importantes resoluções dela dependem, mesmo as próprias orientações internas de cada estado membro.

É evidente que ninguém é obrigado nos actos eleitorais, a escolher uma das listas apresentadas, porque tem o pleno direito em não se identificar com nenhuma delas, mas para isso existem os votos em branco ( imagine-se as conclusões que retirariam os políticos se tivesse havido 60% de votos brancos ), votos esses que revelariam desagrado mas ao mesmo tempo preocupação, enquanto a abstenção revela apenas desinteresse.

É óbvio que em democracia, não existe a obrigação de votar, mas existe moralidade, e um abstencionista não tem moral para exigir a um político que cumpra as suas promessas, quando ele próprio não cumpriu o seu dever cívico.

Não é só exigir, é preciso cumprir. 

 

 

Paulo Conde - Correio da Manhã - 1999

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publicado às 17:57


Onde está o resto?

por pauloconde, em 18.06.99

Num Sábado á tarde, três velhos amigos, decidem ir lanchar a uma famosa pastelaria, perto do local onde habitam. Sentam-se á mesa, pedem o lanche, comem e conversam calmamente. Após algum tempo, chamam o empregado e pedem-lhe a conta. Passados poucos minutos, o dito empregado traz a respectiva conta no valor de 300 escudos, como grandes amigos que são, pagam a despesa a meias ( 100 escudos cada ) e pedem ao empregado para lhes fazer um desconto, dado que são clientes de longa data. O mesmo leva o dinheiro e vai falar com o patrão, o qual acede ao pedido e diz ao empregado para fazer um desconto de50 escudos. Só que no caminho, o manhoso do empregado mete 20 escudos ao bolso, devolvendo aos três amigos apenas 30 escudos, os quais agradecem e dividem a quantia pelos três ( 10 escudos a cada ) .

Conclusão : Cada um dos três pagou 90 escudos pelo lanche, o que dá um total de 270 escudos, somando a estes os 20 escudos com que o empregado se abotoou, dá um total de 290 escudos.

Onde estão os 10 escudos em falta ?

 

 

Paulo Conde - Correio da Manhã - 1999

 

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publicado às 19:22


O Século XX

por pauloconde, em 06.05.99

 

Era uma vez um século, que por questões de calendário foi chamado de XX. Foi o século da República, da Democracia e da Liberdade de expressão.

Foram os primeiros passos na Lua, elevaram-se os direitos humanos, nasceram grandes organizações e abriu-se caminho para a liberdade.

Foi o século da tecnologia, da ciência e do desenvolvimento. Mas como em tudo, há o reverso da medalha e este século não fugiu à regra. Foram as duas Grandes Guerras, a Cruz Suástica, a opressão, os massacres, as novas doenças, atentados, terrorismo e a edificação de grandes muros, muitos deles com o tempo foram-se desmoronando, mas ainda hoje, quando alguém precisa dum concelho, eis que lhe surge um muro vermelho.

Bem vindo seja o XXI.

 

 

Paulo Conde - Correio da Manhã - 1999

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publicado às 13:00


Secundário, precisa-se!

por pauloconde, em 19.04.99

 

O novo Século está aí, a evolução caminha a passos largos, os tempos mudaram, mas o direito á Educação continua e com poderes reforçados pela Lei de Bases do Sistema Educativo aprovada por unanimidade na Assembleia da República. Só que, nos últimos tempos, a Escola cavou um fosso, que a separa cada vez mais dos alunos, em muitos casos por culpa própria, noutros por diversos factores sociais.

Pelo já exposto, a Escola terá que reagir, indo ela de encontro aos alunos, criando todos os meios necessários para dar resposta a uma nova organização da Escola, quer seja no campo dos recursos humanos ( auxiliares de acção educativa e administrativos, equipas multidisciplinares de professores e monitores para a ocupação dos tempos livres ) quer seja no dos recursos físicos ( espaços para o trabalho em grandes grupos, refeitórios, salas para utilizar nos tempos extra-lectivos, entre outros, ligados à dinâmica própria de cada escola ).

Quando falamos de Educação, a palavra presente já é passado, como tal, terá que ser sempre analisada como projecto de futuro e a longo prazo.

A visão retrógada de alguns, terá que ser suprimida, sob pena das futuras gerações pararem no tempo. É no campo dos recursos que a actual Escola Secundária de Benavente mostra não ter capacidade de resposta ( nem muitas outras ), para as necessidades do próprio Concelho, provocando assim, a emigração dos alunos para Concelhos limítrofes com todos os prejuízos inerentes.

É imprescindível que a comunidade tome consciência da sua obrigação em participar construtivamente na Educação, nomeadamente pela apresentação de projectos educativos que justifiquem investimentos no nosso Concelho.

Estamos mal servidos de Ensino Secundário e precisamos de uma Segunda escola, que preencha todas as lacunas da já existente ou em alternativa ( indo erradamente contra a tendência descentralizadora ) a criação de uma única Escola no Concelho, ficando situada onde mais for necessário, ou seja, na zona de maior aglomerado populacional.

Tudo isto em prol dos estudantes e da educação.

O futuro da nossa terra merece soluções e não remendos.

 

 

Paulo Conde - Correio da Manhã; Vida Ribatejana; Vale do Tejo - 1999

 

 

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publicado às 12:53


Os tolerantes

por pauloconde, em 16.02.99

 

Ao analisar a tolerância 0, verifiquei sem dúvida, tratar-se de uma medida lucrativa e polivalente, senão vejamos.

A ideia é, reduzir o número de acidentes e com isso reduzir o número de vitimas. O resultado é, não se reduz o número de acidentes, não se melhora as condições de saúde e as multas aumentam.

A ideia é, reduzir o número de prevaricadores na condução.

O resultado é, a continuação de prevaricadores, os buracos nas estradas aumentam   ( algumas nem para cabras serviam ) e sobem as multas.

Com isto tudo, já que a tolerância 0, não serve o fim para que foi criada, talvez com um pouco de sorte, toda a sua receita seja aplicada e ainda se venha a construir uma Expo 2000 e tal no Alentejo ( junto ao Alqueva ) para combater a desertificação, ou umas toneladas de alcatrão para pavimentar algumas estradas da “morte”.

Julgo que o nosso governo é que está a precisar de tolerância 0, sob pena de continuarmos a ser os tolerantes e eles os governantes. 

 

Paulo Conde - Correio da Manhã - 1999

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publicado às 12:58


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